domingo, 9 de outubro de 2011

Mais stress

06/10/2011 – Um dos técnicos da OI que apareceu para olhar a linha em casa já chegou dizendo que o telefone havia sido cancelado por falta de pagamento, sendo que os pagamentos estavam todos em dia. Liguei imediatamente para a OI para saber que história é essa, e o atendente me disse que a linha havia sido cancelada e passada para outro titular, de nome Antônio Augusto Ferreira Borges. Nem no Google existe alguém com esse nome! Então, o outro técnico que acompanhava o sabichão que citei teve a sapiência de ligar para a OI e verificar essas histórias, e um outro funcionário disse que não havia nem mudança de titular nem débito de conta. Os técnicos então resolveram olhar as instalações da casa e desligaram uma das extensões, pois, segundo eles, estava em curto. O telefone voltou a funcionar até o dia seguinte, quando voltou a ficar mudo, novamente.

À noite, o teto do banheiro social voltou a chover como nunca, as bolhas do teto do banheiro da suíte aumentaram bastante e as bolhas da parede e do teto do quarto do casal, que haviam secado, voltaram a se manifestar. Mais uma vez, o vizinho mandou um pedreiro aqui em casa olhar o problema. O Seu Jorge já fez obra em vários apartamentos do prédio, e conhece bem as instalações. Segundo ele, tem que sair quebrando toda a cozinha do apartamento de cima, e isolando pontos até descobrir de onde vem a água. Infelizmente ele não pode fazer o serviço porque já está atolado de trabalho. Passei o contato de alguns profissionais que conheço e a vizinha está correndo atrás de alguém para fazer esse serviço.

O resultado dessa ladainha de Dani doente três vezes + vários problemas com a Labs D´or + telefone mudo (que a obriga a levantar para ficar atendendo técnico incompetente) + vazamento + minha cirurgia renal + minha crise de sinusite logo depois + stress no trabalho da Dani (que trabalha como psicóloga na pediatria de um hospital cardíaco, onde bebês e crianças morrem a toda hora), a tem deixando muito nervosa. O médico diz que é importante manter a calma, pois o estresse é uma das causas de parto prematuro. Então, acreditamos realmente que as longas contrações da Dani têm a ver com todo esse stress, desde os 6 meses e meio de gestação.

O pior de todos esses problemas é o vazamento. Após termos feito obra total em nosso apartamento, tendo deixado ele prontinho para a chegada do Lucas, estamos correndo o risco de ter que começar novas obras, coincidindo com a chegada de um recém-nascido em casa, o que é bem preocupante, visto que não podemos expor um recém nascido a poeira de obras. É realmente difícil não se estressar assim; e devem ser os hormônios também. Haja remédio para “segurar” o bebê. Para fechar com chave de ouro os problemas, Dani também não pode mais ir à análise, porque o acesso ao consultório é um grande lance de escadas.

Eu não me preocupo com esses problemas. O que me estressa é ver a Dani estressada, pois, para mim, o importante é a saúde. O resto a gente dá um jeito. Se ela conseguir manter o mínimo de calma para que o bebê não nasça antes do tempo, está ótimo. Quanto às obras (raspagem e pintura de tetos e parede), se não der tempo de fazer antes de o Lucas nascer, Dani e o bebê podem ficar uns dias na casa de algum parente ou amigo, ou até mesmo em um hotel.

Pelo menos agora ela está de licença no trabalho, onde o desgaste emocional é altíssimo. Apesar de ela gostar muito do hospital, dos colegas e do que ela faz lá, é um trabalho estressante. Ela trabalha em um Instituto de Cardiologia, no setor de Pediatria, onde há inúmeros bebês e crianças com problemas cardíacos gravíssimos. O número de óbitos é alto, toda semana praticamente. Ela atende as mães, que em geral são as acompanhantes das crianças, os demais familiares que necessitem de atendimento psicológico e as crianças. Em momentos dramáticos, como os de morte, a Psicologia é imediatamente convocada a atender as mães desesperadas. A equipe conta muito com o trabalho dos psicólogos, especialmente nas piores situações. E é bom que seja assim, pois mostra que eles valorizam o trabalho da Psicologia. Porém, ela lida com situações terríveis. Se acompanhar as mães em seus piores momentos já era um trabalho difícil antes da gravidez, imaginem agora que ela está grávida? Lidando todos os dias com essas questões, tendo até que acompanhar as mães ao necrotério para ver o corpo da criança e se despedirem. Ela acaba tendo de assistir todo esse sofrimento dessas mães, além de ter de atendê-las e escutar toda essa dor. Obviamente, quando as mães querem ir ver a criança que faleceu, a equipe só conta com a Psicologia para acompanhar. A equipe está certa, psicólogos são formados para isso, acompanhar o sofrimento humano. Mas isso está fazendo muito mal à Dani, apesar de ser o seu trabalho. Um trabalho que, apesar de tudo, ela sempre gostou de fazer, pois ela sabe que é muito importante. Então, é melhor mesmo ela ficar afastada do trabalho nesse momento.

Um comentário:

  1. Calma, calma que logo isso tudo passa, essa ansiedade é normal, quem já viveu isso sabe bem. Mas tudo vai melhorar.

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