segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Balanço geral

05/12/12 – Lucas também começou a sorrir e já deu sua primeira gargalhada, do nada, no colo do papai. Uma emoção muito grande. Aliás, o primeiro sorriso foi para a mamãe, no terceiro dia de vida.

O mais incrível nesses primeiros dias foi constatar a mudança no organismo dos pais, em função do bebê. A natureza é realmente espetacular. Dormir apenas 4h, sobretudo para a Dani, era inimaginável, ou nos tornaria um bagaço humano em um ou dois dias. Porém, temos conseguido dormir pouco e acordar numa boa.

O sono pesado, meu e dela, quando se trata do Lucas, inexiste. Por mais cansados que possamos estar, acordamos ao menor sinal de desconforto dele. Porém, para outros barulhos, como telefone etc, continuamos com sono pesadíssimo, sem acordar. Nosso sono leve é seletivo, apenas para o bebê.

Nos dias de gripe, em que dormi mal, acordava um lixo humano para cuidar do Lucas. Mas, menos de 5 minutos depois, o organismo se recuperava de tal forma que me deixava novinho em folha para cuidar dele. Após colocá-lo para dormir, o mal estar da gripe voltava. E tem sido assim desde então. A natureza transforma o organismo dos pais para dar conta da tarefa de cuidar do bebê.

Outra mudança diz respeito à perspectiva que os pais têm da vida e do cotidiano. Nosso tempo livre, por exemplo, diminuiu drasticamente, pois temos vivido praticamente em função do Lucas nesses primeiros momentos, mas isso não incomoda. Cuidar dele é um prazer enorme, apesar de cansativo. É como a preparação do casamento, que cansa, mas que é divertido e feliz. Com o tempo, vamos conseguir nos adaptar e criar uma rotina que incluirá o Lucas e nossos hobbies, mas até lá também estamos felizes assim.

Eu, que sempre tive medo da paternidade, da responsabilidade, vejo que não é tão difícil assim quando se tem amor. Vários pais me diziam isso, que basta ter amor que o resto flui naturalmente. Mas eu achava essa afirmação um tanto clichê, papo-padrão para acalmar pessoas na mesma situação. Mas é a mais pura verdade. Além disso, a vida da gente ganha um sentido meio mágico, metafísico. A gente se sente mais perto de Deus (ou passa a acreditar mais Nele), e não há mais solidão, pois um filho consolida em definitivo a família. Não que um casal não seja uma família, mas, quando há um filho, os laços do casal se fortalecem de tal forma que pode até assustar. É uma sensação incrível, que te transforma em uma pessoa MUITO melhor, em todos os sentidos.

Enfim, se você gosta, de verdade, do seu parceiro(a) – e se ele(a) gosta igualmente de você – não tenha medo de se casar e de ter um filho, pois fatalmente tudo dará naturalmente certo, visto que as coisas simplesmente fluem quando há amor. Porém, difícil é encontrar a parceria correta, ou seja, encontrar alguém que goste de você da mesma forma que você gosta dela.

Sem amor, de verdade, nenhuma relação dá certo, com ou sem filho. Filho nunca é a causa do fim de um relacionamento. Ele apenas traz a tona a falta de amor entre o casal, e acelera o inevitável. Ou aumenta esse amor de forma quase inacreditável. Ou seja, um filho mostra, de verdade, se você gosta ou não de quem está com você.

Entretanto, não estou dizendo que quem se ama tem de ter filho. Muitos casais se amam e não querem ter filhos, o que deve ser respeitado, pois filho não deve ser um objetivo, um resultado a ser alcançado. Filho deve ser uma consequência natural de um amor verdadeiro, que já era feliz e consolidado sem a criança, pois filho não cria nada. Filho apenas exacerba, aumenta, acelera tudo que já existe entre o casal, seja amor ou infelicidade. Quem é feliz sem filho, será MUITO feliz com filho; quem já é infeliz sem filho, tornará a vida muito mais infernal com uma criança.

Em resumo, quando há amor, filho é tudo de bom. Aliás, quando há amor, tudo é tudo de bom. Recomendo amar, pois casamento, filhos etc. são consequências do amor, e virão no momento certo.

Lucas nos 10 primeiros dias de vida (clique na foto para ampliá-la)

Do oitavo ao décimo dia

01/12/12 a 03/12/12 – O coto umbilical, previsto para cair até o 15º dia, caiu no 8º dia de madrugada. Ao retirar o Lucas do carrinho para amamentar durante a noite, Dani viu o coto solto na coberta. Nós o guardamos, a pedido da bisavó, que irá enterrá-lo, para evitar que o coto seja comido por animais, o que não é nada bom segundo crenças antigas. Ela já havia enterrado os cotos das netas, e agora enterrará o do bisneto.

Quanto à amamentação, estamos evoluindo a cada dia. Porém, ainda trata-se de uma amamentação a 3: mãe, filho e pai.  Eu auxilio a colocá-lo na posição correta para amamentar, e a segurar as mãos do Lucas para que ele não arranhe os seios da mãe durante a pegada da amamentação, além de muitas vezes segurar a cabeça dele na posição correta durante a mamada, para que ele não largue o osso, digo, o bico, do seio.

Existem basicamente 5 posições para amamentar (mais detalhes aqui, na BabyCenter). Nós começamos tentando pela tradicional, que ocasionou as fissuras. Em casa, com a Janaina, conseguimos melhores resultados com a posição deitada, e foi a posição que adotamos desde então. Porém, no 7º dia, Dani resolveu arriscar a posição tradicional e deu certo, e desde então estamos amamentando dessa forma. O próximo passo é a Dani conseguir colocar o Lucas para mamar sozinha. O que não significa que sairei da jogada, pois sempre sou eu quem coloca o Lucas para arrotar. Dani fica com a amamentação e eu com o arroto, e também ajudo a mantê-lo acordado durante as mamadas; tarefa difícil.

Posição tradicional e posição deitada

Aproveito para fazer uma correção do post do quarto dia, sobre o Nitrato de Prata. Ao contrário do que eu disse, ele não queima como remédio de afta (ainda bem!). No máximo, causa uma leve ardência. Na aplicação, basta “sujar” a ferida com o bastão, deixando-a escura. Isso vai ajudar a cicatrizar. Porém, o melhor remédio de todos, unanimidade entre as mães que amamentaram, é o próprio leite materno. Após amamentar, a mãe deve passar o próprio leite nas fissuras, que tem excelentes propriedades cicatrizantes.

Voltando à amamentação, uma dica importante: faça uma planilha para anotar os horários das mamadas e qual seio foi dado, ou se foi mamadeira. Anote também as fraldas trocadas. Essas informações serão úteis para o pediatra e para os pais monitorarem alterações no comportamento alimentar da criança. Quem não anota se perde facilmente. Logo você vai esquecer o horário da última mamada e, consequentemente não terá idéia da hora da próxima mamada, nem de que seio terá que ser dado (visto que se deve alternar os seios entre as mamadas, caso ele não mame nos dois). Saber o intervalo entre mamadas é importante, para os pais se programarem para comer, tomar banho e até dormir. E principalmente para saber quando acordar o bebê, pois não se deve deixá-lo dormir por mais de 4h durante o dia, para que ele não troque o dia pela noite. A partir das 22h, pode deixá-lo dormir a vontade, mas de dia, não. Clique aqui para pegar a planilha que eu mesmo montei para esses controles. Basta imprimi-la e preenchê-la ao logo do dia (e da noite). A unidade de medida da mamada no seio é o tempo, e da mamadeira é a quantidade (ml). No controle da fralda, basta marcar com X se xixi e/ou coco.

Com o nosso controle, por exemplo, sei que Lucas tem mamado em média 8 vezes por dia, e que seus horários noturnos de mamada são, em média, às 22h, às 3h e às 8h. Ou seja, temos conseguido dormir direto cerca de 4h durante a madrugada, o que está muito bom.

O controle também mostra que trocamos suas fraldas 8 vezes em média a cada dia. Porém, isso não significa um gasto diário de 8 fraldas, mas de 10 ou mais, pois frequentemente Lucas faz xixi e/ou coco no meio da troca de fraldas, fazendo com que gastemos até 3 fraldas em cada troca.

Aliás, a troca de fraldas tem sido uma questão para nós. Temos percebido que Lucas tem ficado parcialmente molhado durante a noite. Ou não estamos colocando direito as fraldas, ou elas não estão segurando o xixi como deveriam (ou as duas coisas juntas), ou não é xixi, mas suor, pois esse problema não acontece durante o dia. Creio que muitas vezes foi xixi mesmo, devido à colocação errada das fraldas, que melhorou bastante após consultoria com outras mães. Temos deixado o Lucas menos coberto, para ver se é suor, embora reparamos que as fraldas estão sempre muito cheias quando ele fica molhado. Enfim, colocar fralda num bebê não é tão simples quanto parece.

Inclusive, as fraldas Pampers têm um recurso muito maneiro: uma lista amarela, que corta a fralda ao meio, de cumprido, pelo lado de fora. Se o bebê faz xixi, essa lista fica azul; se faz coco e xixi, fica azul e amarela (listrada em duas cores). Assim, não é preciso abrir a fralda para verificar o bebê.


O banho, que tem durado 45 minutos em média, continua sua lenta evolução, pois o pai, e o quarto, acabam quase tão molhados quanto o bebê. Principalmente porque Lucas adora fazer xixi quando está tomando banho (a água desperta o pipi preso no bebê).

E Lucas aos poucos vai mostrando seu jeitinho. Apesar de ser bonzinho e não chorar por qualquer coisa, quando chora, é um escândalo. Quem não conhece acha que o estamos esquartejando vivo, ou que ele não come a 3 meses. Mas quando o colocamos no peito, muitas vezes mama apenas 3 minutos. Ele tem talento para ator de novela mexicana. E as cólicas já começaram, o que o deixa bastante incomodado. E já estamos começando a entender seus choros, se é fome, cólica ou outro incômodo qualquer.

Lucas também já fica alguns minutinhos acordado e interagindo com a gente. A fase apenas comer, cagar e dormir começa a ficar para trás.

dia 8 - com meu pai e em posição de Buda


dia 9 - Interagindo com papai e mamãe


dia 10 - Trocando fraldinha e brincando com meu pai