05/12/12 – Lucas também começou a sorrir e já deu sua primeira gargalhada, do nada, no colo do papai. Uma emoção muito grande. Aliás, o primeiro sorriso foi para a mamãe, no terceiro dia de vida.
O mais incrível nesses primeiros dias foi constatar a mudança no organismo dos pais, em função do bebê. A natureza é realmente espetacular. Dormir apenas 4h, sobretudo para a Dani, era inimaginável, ou nos tornaria um bagaço humano em um ou dois dias. Porém, temos conseguido dormir pouco e acordar numa boa.
O sono pesado, meu e dela, quando se trata do Lucas, inexiste. Por mais cansados que possamos estar, acordamos ao menor sinal de desconforto dele. Porém, para outros barulhos, como telefone etc, continuamos com sono pesadíssimo, sem acordar. Nosso sono leve é seletivo, apenas para o bebê.
Nos dias de gripe, em que dormi mal, acordava um lixo humano para cuidar do Lucas. Mas, menos de 5 minutos depois, o organismo se recuperava de tal forma que me deixava novinho em folha para cuidar dele. Após colocá-lo para dormir, o mal estar da gripe voltava. E tem sido assim desde então. A natureza transforma o organismo dos pais para dar conta da tarefa de cuidar do bebê.
Outra mudança diz respeito à perspectiva que os pais têm da vida e do cotidiano. Nosso tempo livre, por exemplo, diminuiu drasticamente, pois temos vivido praticamente em função do Lucas nesses primeiros momentos, mas isso não incomoda. Cuidar dele é um prazer enorme, apesar de cansativo. É como a preparação do casamento, que cansa, mas que é divertido e feliz. Com o tempo, vamos conseguir nos adaptar e criar uma rotina que incluirá o Lucas e nossos hobbies, mas até lá também estamos felizes assim.
Eu, que sempre tive medo da paternidade, da responsabilidade, vejo que não é tão difícil assim quando se tem amor. Vários pais me diziam isso, que basta ter amor que o resto flui naturalmente. Mas eu achava essa afirmação um tanto clichê, papo-padrão para acalmar pessoas na mesma situação. Mas é a mais pura verdade. Além disso, a vida da gente ganha um sentido meio mágico, metafísico. A gente se sente mais perto de Deus (ou passa a acreditar mais Nele), e não há mais solidão, pois um filho consolida em definitivo a família. Não que um casal não seja uma família, mas, quando há um filho, os laços do casal se fortalecem de tal forma que pode até assustar. É uma sensação incrível, que te transforma em uma pessoa MUITO melhor, em todos os sentidos.
Enfim, se você gosta, de verdade, do seu parceiro(a) – e se ele(a) gosta igualmente de você – não tenha medo de se casar e de ter um filho, pois fatalmente tudo dará naturalmente certo, visto que as coisas simplesmente fluem quando há amor. Porém, difícil é encontrar a parceria correta, ou seja, encontrar alguém que goste de você da mesma forma que você gosta dela.
Sem amor, de verdade, nenhuma relação dá certo, com ou sem filho. Filho nunca é a causa do fim de um relacionamento. Ele apenas traz a tona a falta de amor entre o casal, e acelera o inevitável. Ou aumenta esse amor de forma quase inacreditável. Ou seja, um filho mostra, de verdade, se você gosta ou não de quem está com você.
Entretanto, não estou dizendo que quem se ama tem de ter filho. Muitos casais se amam e não querem ter filhos, o que deve ser respeitado, pois filho não deve ser um objetivo, um resultado a ser alcançado. Filho deve ser uma consequência natural de um amor verdadeiro, que já era feliz e consolidado sem a criança, pois filho não cria nada. Filho apenas exacerba, aumenta, acelera tudo que já existe entre o casal, seja amor ou infelicidade. Quem é feliz sem filho, será MUITO feliz com filho; quem já é infeliz sem filho, tornará a vida muito mais infernal com uma criança.
Em resumo, quando há amor, filho é tudo de bom. Aliás, quando há amor, tudo é tudo de bom. Recomendo amar, pois casamento, filhos etc. são consequências do amor, e virão no momento certo.