Navegando nas ondas da Rede, descobri que o pai também pode sofrer de depressão pós-parto e que isso é bem mais comum do que se imagina. De acordo com um estudo publicado no Journal of American Medical Association, 10% dos pais sofrem depressão logo após o nascimento do bebê, e este índice aumenta 3 meses depois, podendo chegar a 25%! E a maior parte dos papais que sofrem esse tipo de depressão é de primeira viagem.
Ou seja, tristeza, medo e insegurança são sentimentos compartilhados também pelos papais. O bebê, além da felicidade, trás novas responsabilidades. E tanto o pai quanto a mãe têm de lidar com essa grande mudança em suas vidas. Existe o mito de que a chegada do bebê trás apenas satisfação, realização e felicidade plena para os pais, mesmo existindo o cansaço físico, com noites sem dormir. Mas é notório que nem tudo são flores. Além disso, a atenção da mulher passa a ser quase que exclusiva do bebê, e muitos pais se sentem excluídos dessa relação. Existe ainda a preocupação com o futuro; a insegurança do pai, sem saber se conseguirá prover, proteger e educar o filho.
A depressão pós-parto causa no pai ansiedade e mudanças de humor, e ele pode ficar irritado facilmente. E não lhe sai da cabeça a sensação de não estar sendo um bom pai, de não estar conseguido transmitir todo o amor para o filho. Esses sentimentos misturados com problemas de trabalho podem ser a causa da depressão masculina pós-parto. Como o homem geralmente não externa seus sentimentos, o problema fica difícil de ser resolvido. E o pior é que esse desequilíbrio emocional é sentido pelo bebê, que pode apresentar problemas de comportamento.
Ainda bem que faço análise e, caso eu venha a sentir algo do tipo, já tenho a quem recorrer para me ajudar. Acredito que muito provavelmente isso vai acabar acontecendo, pois minha cabeça vive a mil por hora, querendo dar conta de tudo, seja no trabalho (que está a dois mil por hora), em casa ou com o bebê.
E quanto mais eu leio sobre bebês e filhos, mais eu vejo que ainda tenho MUITO a aprender, o que é desesperador. Às vezes tenho vontade de não ler mais nada (a ignorância é uma bênção!), e deixar o instinto agir na hora, quando as coisas acontecerem. Até porque certas coisas a gente só aprende, mesmo, na prática. E acredito que ser pai e mãe seja uma delas.