terça-feira, 29 de novembro de 2011

O segundo dia (Revisado!)

25/11/11 – Novamente pela manhã, Lucas volta para o quarto cheiroso e limpinho (maternidade é uma maravilha). A amamentação não dá muito certo, apesar do apoio das enfermeiras, e Dani já apresenta fissuras nos seios, devido à pega errada do bebê, que tem de abocanhar não apenas o mamilo, mas tudo em volta dele. Devido aos ferimentos nos mamilos, optamos por mandar Lucas passar a noite no berçário novamente, onde é monitorado o tempo todo e recebe complemento (leite artificial) durante a noite.

O papai fez sua primeira, e bem sucedida, tentativa de trocar fraldas, pois o bebê nem chorou, e ficou todo limpinho.

Além disso, fiz a certidão de nascimento no próprio hospital, que tem um posto cartorário no dentro do prédio – o cartório ligou para o quarto e disse que já estava com a documentação do hospital em mãos e que era só eu descer com identidade minha e da mãe. A certidão saiu em menos de 5 minutos, e gratuita, como manda a lei. Mas acabei pagando a plastificação e uma certidão de nascimento original reduzida, um pouco menor que uma caixinha de CD, mais prática, para levar em viagens, por exemplo. E descobri que não há regras para o sobrenome, que pode ser ao gosto do freguês. Porém, optamos pelo tradicional, ou seja, nome da mãe seguido do nome do pai.

Lucas também tomou a vacina BCG, dessa vez cobrada pelo hospital. No posto de saúde, a vacina é gratuita, mas ficamos com medo de sair com ele sem esta vacina, pois é recomendado que o recém-nascido já saia com todas as vacinas tomadas da maternidade.

No meio da tarde, Lucas foi recolhido pelas enfermeiras ao berçário, para uma série de exames e medições. Logo em seguida, ele voltou para o quarto. Em seguida, chegou o pediatra, que veio conversar com a gente sobre os cuidados com o bebê. Ele nos deu uma cartilha com informações básicas e importantes, que realmente nos ajudarão nos primeiros dias. Porém, mais importante que a cartilha, foram dois conselhos: TRANQUILIDADE e PACIÊNCIA.

Aproveitei a presença dos avós para dar entrada nas licenças e em todas as burocracias necessárias quando nasce uma criança. Como Dani trabalha em frente à maternidade, foi fácil resolver a parte dela.

Lucas recebeu a visita da tia Lílian novamente, dos tios Fernando e Flávia, dos tios Ana e Luis, e da pequena amiguinha Lavínia, e também das tias Marcelle e Silvânia.

Lucas no colo da tia Lílian, e os tios Flavia e Fernando
Dani com a tia Marcelle na foto ao lado


Lucas, espertinho de tudo




O Primeiro dia (Revisado!)


24/11/11 – A comemoração foi quádrupla, pois Dani e eu fazemos 4 anos de casados, 6 anos de namoro e 10 anos juntos! Além de ser o primeiro dia com nosso bebê. Ainda bem que ele nasceu dia 23/11, para ter um dia só dele. Dia 24/11 é aniversário de casamento dos pais, dia 30/11 é aniversário do pai, e dias 25/11, 4/12, 8/12, 12/12, 15/12, 16/12 e 25/12 são aniversários de familiares. Lucas foi muito esperto ao nascer, pois, além de escolher um dia só para ele, foi nascer logo depois do chá de fraldas dos colegas de trabalho e do recebimento do 13º do pai.

Logo pela manhã, as enfermeiras dão banho nos bebês no berçário e os levam já prontinhos e cheirosos para os pais. Apesar de Dani não ter dormido e eu ter cochilado apenas umas 4h, acordamos bem dispostos para ficar com o Lucas (a natureza é incrível).

O bebê passa o dia no quarto com a mãe e, se ela quiser, a noite também. As primeiras mamadas foram bem dolorosas, apesar da ajuda constante das enfermeiras. Dani se recupera bem da cesariana e não reclama de dores. Aliás, não reclamou hora alguma, mostrando muita traquilidade e muita força. Optamos por deixar o Lucas passar essa primeira noite após o nascimento no berçário, pois estávamos bem cansados, principalmente a Dani, que não havia dormido.

Também aprendemos como dar banho no bebê (na teoria tudo é muito fácil). E Lucas recebeu a primeira dose da vacina contra Hepatite B (“cortesia” do hospital, que não cobrou pela vacina).

Lucas já abriu os olhinhos, mostrando ser bem esperto. E recebeu as primeiras visitas, dos tios Wiliam, Brunno e Karen, e da amiguinha Marina, do Blog da Marina, na barriguinha da mamãe. Além da visita da Bisavó Silvia, que estava louca para conhecer o bisneto, da tia-avó Denise, da amiga Leila, da tia Lílian novamente e do tio Dudu.
Lucas esperto e com a mamãe
(as manchas vermelhas são ematomas do nascimento, que naturalmente desaparecem)


As primeiras visitas

Bebê espertinho com a avó e o banho-aula

Com a Bisa e com a tia-avó Denise


Com os tios Lílian e Dudu

O Nascimento (Revisado!)

23/11/2011 – Daniela passou a madrugada sentindo contrações com leves cólicas. Às 5h elas ficaram mais frequentes e Dani começou a contar o intervalo entre elas, que estavam de 7 em 7 minutos. Às 6h, Dani foi tomar banho, pois concluiu que Lucas estava dando sinais de que nasceria ainda naquele dia. Ao urinar, percebeu a saída de algo parecido com uma geléia, e associou o fato com o que já havia lido sobre a perda do “tampão mucoso”. Ou seja, era sinal de que o parto estava próximo. Às 6h30, Dani me acorda e diz o que aconteceu até então, e ligou para o Dr Ivan, que mandou monitorar as contrações que, se tivesse 2 em 10 minutos era para ir para a maternidade e ligar para ele. Se as coisas continuassem assim, era para ir ao consultório à tarde, para uma consulta de emergência.

Nada mudou e fomos à consulta. Ele examinou e concluiu que muito provavelmente não seria possível o parto normal, pois Lucas não parecia estar corretamente encaixado, apesar de estar pressionando o colo do útero. Além disso, a dilatação não havia começado. Era provável que Dani passasse mais horas com dor (e a tendência das contrações era piorar), tendo de acabar fazendo cesariana.

Então, ele disse: “se você quiser, a gente faz a cesariana”. Perguntamos: “quando?” E ele: “hoje! Você interna e lá pelas 20h a gente opera!”. Dani não imaginava ouvir tal coisa. Dani queria que ele constatasse que o Lucas nasceria logo, mas de parto normal e ficamos sem saber o que fazer. O obstetra havia jogado a decisão nas nossas mãos. Disse para tomarmos um sorvete com minha sogra (que também foi à consulta) para pensar e tomar a decisão. Minha sogra ainda perguntou se, em caso da cesariana, não seria necessário estar em jejum, e ele disse que um sorvete não teria problema. Fomos ao sorvete. Porém, Dani ficou preocupada com o fato de o Dr. Ivan, ao ouvir os batimentos cardíacos do Lucas, ter dito que os batimentos estavam diminuindo, ficando lentos, cada vez que vinha uma contração e, assim, já poder haver falta de oxigenação para o bebê. Disse que isso não significava que a cesariana era uma urgência, pois o feto recuparava o ritmo normal do coração após as contrações, e que ainda podíamos escolher esperar mais para tentar o parto normal, mas deveríamos ficar atentos.

Saímos da consulta com medo de esperar demais por um parto normal, e isso prejudicar o bebê. Após muito pensar, decidimos pela cesariana. Pegamos as malas (que já estavam prontas) e fomos para o hospital Panamericano, na Tijuca, onde seria o parto. Lá, soubemos que não havia vaga para internação. Foi quando o maior estresse da nossa vida começou. Ligamos de lá para mais umas 3 opções, que ou não tinham vagas ou estavam fechados para obras. Dr Ivan recomendou então que fossemos para casa procurar com calma alguma outra opção no livro da Unimed-Beta.

Voltamos para casa e comecei a ligar para as maternidades menos longes de casa listadas no livro do plano. Ou os telefones estavam errados (inclusive na internet), ou também não tinha vaga ou também estavam fechados para obras. Sobram umas 3 opções em bairros MUITO longes!

IMPORTANTE! Quem tem Unimed-Beta e mora na Tijuca e arredores está ferrado na hora de ter neném, pois há pouquíssimas opções! Delamare recomenda que o hospital deva ter uma sala de pré-parto e um centro cirúrgico bem equipados, além de UTI neonatal e UTI adulto, o que faz a quantidade de opções diminuir ainda mais.

No meio das ligações, Dani reclamou que as dores estavam aumentando. O desespero fez com que optássemos por uma maternidade particular, e fomos para a Perinatal de Laranjeiras. Queríamos uma maternidade em que nos sentíssemos seguros. Não queríamos ir para qualquer maternidade, só para o nosso plano cobrir.

Acreditei que o plano cobriria pelo menos as despesas com os médicos credenciados, mas não! Quem opta por maternidade particular tem que pagar TUDO, segundo as operadoras de saúde. E tudo tem que ser pago a vista, em dinheiro, cheque ou cartão de débito, sem direito a parcelar nem a colocar pré-datado! Graças a Deus, vínhamos economizando algo para essa eventualidade. Além disso, a família ajudou MUITO, e o décimo terceiro que recebi esta semana, também. Raspamos o tacho, mas conseguimos dar conta das despesas. Infelizmente, o nosso plano não cobre as principais maternidades do RJ: Perinatal, São José e Pasteur (sendo a Perinatal a menos cara das três).

Dani havia falado em mudarmos de plano quando pensamos em engravidar, mas eu e meus sogros achamos besteira. Acreditávamos que as opções de maternidade eram suficientes, mas não são. Principalmente para quem quer parto normal, que não se pode agendar. Quem quer cesariana é bem mais fácil, pois o médico agenda com semanas ou meses de antecedência, o que lhe garante uma vaga certa.

Então, deixo aqui conselhos de quem viveu na pele o estresse de falta de vaga em hospitais numa emergência tão importante:

1) Quem quer engravidar no RJ não economize em plano de saúde! Mudem para que ele cubra todas as maternidades possíveis!

2) Quem quer parto natural, reveja essa opção! Pois, mesmo que o plano cubra todas as boas maternidades, pode ser que você não encontre vaga nelas no dia em que precisar, indo parar numa maternidade que você não conhece, cujos serviços e infraestrutura podem ser ruins, o que NÃO vale a pena! Hoje optaríamos por cesária só para poder marcar e garantir uma vaga numa maternidade conhecida.

3) Mais importante que o tipo do parto é a qualidade da maternidade. Não apenas da infraestrutura, mas também da qualidade de atendimento e dos profissionais. Pois, apesar do excelente atendimento, infraestrutura e qualificação dos funcionários, os primeiros dias são MUITO complicados. Tanto que fizemos questão de ficar os 3 dias que o pacote deu direito, mesmo podendo sair de alta na manhã do dia seguinte. Imagina se tivéssemos ido para uma maternidade qualquer, sem qualidade? É assustador só de pensar.

4) Enfim, economizar nessas horas NUNCA VALE A PENA. Se você pode ter plano de saúde melhor, tenha! Se pode pagar particular, pague! Cada centavo gasto vai valer a pena no final.

Voltando ao parto, nós e meus sogros (como sempre conosco em todos os momentos) chegamos à Perinatal às 20h. Até fazermos nosso cadastro e procedimentos burocráticos, Dr, Ivan chegou. Já eram 21h. Dani foi para o quarto com a anestesista, que já no elevador foi perguntando sobre a gestação, alergia a medicamentos, o que ela havia comido durante o dia, etc. Dr. Ivan foi direto para o centro cirúrgico. No quarto, após terminar a entrevista com a anestesista, uma enfermeira chegou para verificar pressão e temperatura e uma nutricionista quis perguntar sobre alimentação, para montar a dieta da internação. Nesse momento já chegou o maqueiro para levar a Dani ao centro cirúrgico. Ela ainda estava com a roupa da rua! Deram-lhe a camisola e disseram que todos da equipe do Dr. Ivan já estavam prontos e aguardando Dani descer. Foi tudo muito rápido! Ela ainda comentou com o maqueiro no elevador que havia acabado de internar e já estava indo para a cirurgia, e ele disse que era até bom, para não dar tempo de pensar no que ia acontecer e não dar medo. Dani sempre teve medo da cesariana, principalmente da anestesia na coluna e de saber que ficaria sem sentir as pernas. Mas, surpreendentemente, ela foi para a cirurgia muito calma e feliz de saber que logo conheceria finalmente o Lucas! Eu fui com a Dani, mas, quando ela entrou no centro cirúrgico, me levaram para trocar de roupa. No centro cirúrgico o clima foi ótimo. A equipe conversava sobre vários assuntos, ria, todos a trataram super bem, conversavam com ela. Saber que todos ali eram da equipe do Dr. Ivan, em quem confiamos, passava segurança para Dani.

A anestesista Rosane, filha do Dr. Ivan, foi uma simpatia. Conversou com a Dani; explicava as coisas que iam acontecer, para ela saber que era normal. Primeiro pegou uma veia para colocar soro e medicação. Depois, deu a temida anestesia na coluna. Mas não doeu. O efeito é imediato, parece que foi subindo pelas pernas e logo ela não as sentia. Então disseram que estavam colocando uma sonda nela. Logo depois, entrei no centro cirúrgico, com a recomendação de não tocar em absolutamente NADA, a não ser no banco onde me sentei para ficar ao lado da Dani.

Segurei a mão da Dani, e levantaram em nossa frente um lençol, para que não víssimos a cirurgia. Colocaram uma máscara de oxigênio nela e monitores para verificar os batimentos cardíacos. Percebíamos pela movimentação na sala que a cirurgia havia começado, mas Dani não senti nada. Quando senti o cheiro de carne queimada (do bisturi elétrico cortando a Dani), confesso que comecei a suar frio e achei que fosse desmaiar, mas respirei fundo e aguentei. Cerca de 10 minutos depois, perguntaram se eu queria me levantar para fotografar, porque Lucas já ia nascer. Não poderia fazer vergonha e dizer que não. Então, me levantei e, olhando por cima dos óculos (pois sou bastante míope), de forma a ver apenas penumbras e sombras suficientes para deduzir onde e o que estava acontecendo. Foi a maneira que encontrei para não dar uma de frouxo.

Logo ouvimos o choro do Lucas e desceram o lençol para Dani vê-lo. Ao cair o lençol, Lucas estava ali, ao vivo e a cores, chorando alto, todo sujo de sangue. Foi a maior emoção que já sentimos; incrível! Às 22:12, Lucas nasceu. Levaram-no então para um “bercinho” e começaram os procedimentos e exames. Todos os exames deram ótimos resultados, inclusive o teste de Apgar, em que ele ganhou nota 8/9. No dia seguinte, fizeram os testes da orelhinha e do olhinho, que também deram normal. Só não fizeram o teste do coraçãozinho que, para meu espanto, o pediatra da equipe médica não conhecia. Depois, levaram Lucas embrulhadinho e colocaram perto da Dani, que viu pela primeira vez o rostinho dele. Lindo! A anestesista tirou fotos, como Dani havia pedido. Depois, fui com Lucas até o berçário, onde já estavam a postos os avós Elenir, Luis, Silveira e Gabriela, e a tia Lílian.

Enquanto isso, no centro cirúrgico, Dani esperava o fim da cirurgia. Esse momento sim pareceu interminável para ela. Pareceu que foram muitos pontos. Ela ouviu vários comentários entre os médicos: “De onde vem tanto sangue? Me dá mais gaze! Será que é um coágulo?”; “Veja, Dr Ivan, um cisto. Será que vale a pena mexer agora?”; “[Dr Ivan] Me dá logo o bisturi.” E mais cheiro de carne queimada. Dani teve medo de algo estar dando errado e perguntpou várias vezes para a anestesista se era normal demorar tanto, e ela dizia que sim. Ainda não lembramos de perguntar ao Dr. Ivan se ele tirou mais alguma coisa de dentro da Dani além do Lucas.
 
Após o parto, Dr. Ivan confirmou as suas suspeitas. Lucas, apesar de ter descido e estar pressionando o colo do útero desde meados da gravidez, causas da medicação e do repouso, ele não estava corretamente encaixado, tese comprovada pelo hematoma na cabecinha dele. Logo, Dani seria obrigada a passar pela cesariana de uma forma ou de outra.

Mesmo Lucas tendo passado a noite no berçário, eu só dormi 4h, e a Dani nem dormiu, preocupada com a dificuldade de urinar, que durou a noite toda, e que gerou trocas de sonda etc. por quase toda madrugada. Apenas na manhã seguinte o médico receitou um diurético para regularizar o organismo dela, felizmente.

Infelizmente, a enquete foi a maior furada, e as previsões também. Nem os exames, nem a mãe, nem o obstetra, nem quem votou na enquete acertaram a data do nascimento. Só acertaram os amigos Fernando e Maria Flávia. Parabéns!
Chegada à maternidade, com os avós Elenir e Luis


Bebê com mamãe e papai


A comemoração da chegada do primeiro neto e primeiro sobrinho
(e os citados charutos)


A porta do quarto da maternidade

Lucas!